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domingo, 29 de julho de 2012

CULTURA NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, O NOVO DESAFIO DO CUCA DA UNE


CUCA DA UNE

O que é o Plano Nacional de Cultura e Educação?

Como o próprio documento que iremos apresentar durante o seminário afirma: “Um plano de Cultura e Educação para a prática da extensão é um desafio e, acreditamos, um caminho para a função da universidade preparada o século 21, colocada de forma crítica e criativa para a emancipação social.” As formas tradicionais de ensino estão defasadas e não têm acompanhado novos elementos que atuam também na formação educacional, cognitiva e cultural, sobretudo na juventude.

De que formas esse plano pode se reverter como um projeto de Extensão para as Universidades?

“Os Centros Universitários de Cultura e Arte da UNE têm vocação, na transversalidade entre cultura e educação, para serem pensados privilegiadamente como projetos de extensão universitária. Isso nos garantirá maior organicidade dentro da universidade a partir de uma prática reflexiva elaborada no tripé ensino-pesquisa-extensão sobre nosso pensar/fazer cultural.” (minuta do Plano de cultura e educação)
Propomos sair da estrutura de herméticos laboratórios para sê-los colocados em constante experimentação junto a sociedade e ao ambiente universitário. A cultura e a educação são o caminho, e a prática da extensão é o caminhar. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria e prática, a extensão é um trabalho interdisciplinar o que favorece a visão integrada do social.

Qual a importância de unir cultura e educação?

“A primeira delas é a busca da complementariedade entre estas duas dimensões, pois cremos que a cultura torna-se limitada quando não encontra na educação seu espaço como prática reflexiva, ao mesmo tempo que a educação permanece incompleta quando não busca na cultura o elemento dinamizador do capital social e simbólico produzido em sociedade.”
Na formação do Estado brasileiro a cultura e a educação se desmembraram em dois ministérios distintos durante o ano de 1985. A partir daí essas duas instituições pouco dialogaram. A universidade tem sentido os revezes dessa compreensão, mas somente de forma ainda tímida tem buscado integrar estas dimensões do saber.

Quais são os principais destaques da programação do seminário?

Pensamos em traduzir nossas inquietações a respeito da complementaridade entre cultura e educação na própria metodologia do seminário. Então, propomos intercalar as falas dos convidados “provocadores” com as falas da plateia para instigar os pensamentos de todos. No intervalo entre os blocos de entrevista, o projeto musical Poesia Ritmada do Mc Marcelo Durango Kid estará pronto para soltar sua voz propondo uma “batalha de temas” indicados pelos próprios participantes, na base do improviso, sem perder a qualidade jamais.

Qual o papel do CUCA como articulador cultural entre os estudantes?

O CUCA é formado basicamente por estudantes e agentes culturais diversos, que se organizam por meio de redes colaborativas e em diálogo com outras redes. Faço analogia a uma “Meta Rede”, todas entrelaçadas e trocando experiências, pautas e ações entre sí, e o que as unifica é que todas enxergam a centralidade da cultura como bem comum.
São conhecidas as experiência do CUCA que atuam ao mesmo tempo no audiovisual como ferramenta para o registro e circulação de intervenções culturais (artes visuais, teatro de rua, passeatas e atos) em espaços públicos.Este Seminário do CUCA vai acontecer paralelamente ao Encontro Nacional dos Estudantes de Artes – ENEARTE.

Qual a relação entre os CUCAs e os CPCs da década de 1960?

É claro que a conjuntura em que se dão estas duas experiências culturais da UNE são completamente distintas. No entanto, ao captar essas duas ordens sociais, podemos estabelecer marcas de tradição e ruptura com esse passado e assim conhecer mais o presente. As duas são herdeiras da vontade de se pensar/projetar o Brasil. De toda forma, na década de 60, o CPC é um marco em várias dimensões do ser político, social, econômico, cultural e artístico, e sempre vamos ao passado fazer novas perguntas atuais.

A 8ª Bienal da UNE está chegando e será em Pernambuco. O que os estudantes podem esperar deste festival?

Em oito edições de Bienal há muitas histórias para se contar. Mas diria que é o maior e mais instigante momento para conhecer o movimento estudantil e valorizar a cultura brasileira. Nessa próxima bienal de 2013 em Pernambuco conclui-se uma lacuna de 10 anos da ultima vez que a Bienal aconteceu lá. Fiz amizades naquela ocasião que hoje me são imprescindíveis como o presidente da Une, Daniel Iliescu. Na época nem universitários éramos.
A UNE acabou de realizar uma Caravana pelo Brasil. E foi a partir de uma outra Caravana, em 2004, que os CUCAs também ganharam corpo. O CPC também realizou uma caravana. Qual o balanço desta última viagem e qual a importância das Caravanas na vida cultural do movimento estudantil?

A Caravana nos serviu justamente como primeira fase de leitura da universidade na realidade de hoje para se montar o Plano que iremos apresentar durante o 12º Seminário do CUCA.

Durante a Caravana UNE Volante pela reforma universitária, durante a década de 60, esta ainda incipiente atuação extensionista foi experimentada. Esta campanha era integrada pelos membros do Centro Popular de Cultura CPCs, e pelos diretores da entidade estudantil UNE e consistia em viajar pelos estados com apresentações de espetáculos e discussão da reforma universitária. São conhecidos também os núcleos de alfabetização popular desenvolvido pelo CPC da UNE a partir da experiência do educador Paulo Freire junto ao Movimento de Cultura Popular – MCP durante o governo de Miguel Arraes em Pernambuco.

Ao longo dos 11 anos dos CUCAs, que momentos e iniciativas você destacaria?

O projeto dos CUCAs já nasceu sob o signo da crítica. Em 2001, durante a 2ª Bienal da UNE, os estudantes naquele momento propunham algo que fosse mais sistematizado, contínuo, processual na produção cultural da entidade. Daí surge o CUCA. Depois, com a eleição de Lula o então ministro da cultura Gilberto Gil traz algo inovador – os Pontos de Cultura (2003). Nós tornamos assim uma rede nacional de 10 Pontos e essa rede só fez aumentar. Veio o Pontão de Cultura e levamos vários Pontos para se apresentarem e conhecer os espaços da universidade conectando e mobilizando. As caravanas da UNE (2009-2012) nos fizeram reoxigenar a rede e torná-la ainda mais abrangente. A crítica/crise se dá na medida em que somos instigados a pensar o Novo, mas acho que já começamos bem ao propor o plano de Cultura e Educação.
 Da Redação/UNE

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