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domingo, 25 de março de 2012

JOVENS E EMPREGOS

As escolas e o mercado de trabalho para jovens estão desconectados na região, segundo estudo do BID 
Habilidades interpessoais como a responsabilidade, a comunicação e a criatividade são as qualificações que o mercado de trabalho pede atualmente. Os jovens de nossa região estão longe de desenvolvê-las, segundo um novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento divulgado hoje.

Com base em duas pesquisas, o estudo, que se intitula “Desconectados - Habilidades, Educação e Emprego na América Latina”, indica uma grande defasagem entre as habilidades aprendidas na escola e as que são requeridas pelo mercado de trabalho para jovens que terminam a educação secundária em nossa região.

A primeira pesquisa é constituída de entrevistas com mais de 6.200 jovens entre 25 e 30 anos de idade na Argentina e Chile. Cerca de 1.200 empresas no Chile, Argentina e Brasil responderam a uma segunda pesquisa sobre a demanda por habilidades em setores que costumam absorver trabalhadores egressos do ensino secundário.

Estas são as primeiras pesquisas desse tipo na América Latina. Elas medem a importância das habilidades cognitivas em relação às habilidades socioemocionais e o peso relativo que lhes é atribuído pelas empresas na hora de contratar jovens.

O trabalho do BID documenta um sistema educacional que melhorou em termos de cobertura, mas não em qualidade nem em ferramentas que estimulem os alunos a concluir seus estudos.

Revela também uma significativa redução dos salários relativos de trabalhadores com instrução secundária, níveis de desemprego historicamente altos, participação baixa e estagnada no mercado de trabalho, salários praticamente sem crescimento em três décadas e informalidade crescente. Esses indícios mostram que a situação de trabalho dos jovens é pior na atualidade, especialmente para jovens com nível secundário de instrução.

De acordo com as pesquisas, a maioria das empresas dá prioridade às habilidades socioemocionais ou flexíveis relacionadas à personalidade.

Procura de competências

As empresas atribuíram, em média, 55 pontos a esse tipo de habilidades, em comparação com 30 pontos a habilidades de conhecimento e apenas 15 pontos àquelas que refletem conhecimento técnico das tarefas a realizar, conhecidas como específicas

Cerca de 80% das empresas informam que as habilidades mais difíceis de encontrar são as que se relacionam a comportamento, como empatia, adaptabilidade, cortesia, responsabilidade e comprometimento, entre outras.

O estudo destaca que os indivíduos mais instruídos apresentam melhores habilidades tanto do lado cognitivo como socioemocional, com os quais é imperativo que os jovens terminem a escola. Mais de 40% dos adolescentes da América Latina não concluem os estudos secundários antes dos 24 anos.

Pelo menos 30% das empresas consideram que a formação recebida na escola secundária não é suficiente para o desempenho das tarefas requeridas.

Segundo Marina Bassi, especialista em educação do BID e pesquisadora do estudo, “os jovens da região que decidem procurar emprego depois de terminar a escola secundária começam em desvantagem.. Infelizmente, a escola não lhes dá as ferramentas que o mercado de trabalho pede e eles enfrentam uma realidade em que não conseguem progredir”.

Recomendações

Um âmbito de intervenção mais amplo na escola que integre o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, reformando não só o conteúdo curricular, mas também as práticas pedagógicas com esse objetivo.
Mecanismos que vinculem as escolas ao meio, especialmente ao âmbito produtivo.

Sistemas de avaliação e informações aliados às habilidades que se busca desenvolver, não só conhecimentos acadêmicos, mas também habilidades socioemocionais relevantes para o desenvolvimento no trabalho e na vida.

Professores bem preparados e esquemas de incentivos consistentes com os resultados exigidos pelas metas propostas.

Fonte: BID - Onda Jovem

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