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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA: ALUNOS SE ORGANIZAM POR MELHORIAS NA UFRJ

Escola de música passa por problemas graves de sucateamento

Já não é fácil ser aprovado em um curso superior de música. Na maioria dos casos, o candidato precisa passar pelos exames tradicionais do vestibular e também pela prova de habilidades específicas – consideradas ‘filtros’ da seleção. Imagine passar por tudo isso, ser aprovado, mas não conseguir dar sequência aos estudos devido a problemas graves dentro da própria instituição.

É o que vem acontecendo com os alunos da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Basicamente, existem hoje dois pilares que contribuem para o sucateamento da educação: a falta de estrutura, como problemas de conservação de instrumentos e ausência de equipamentos específicos; e a deficiência na qualidade de ensino, o que prejudica diretamente o próprio estabelecimento da democracia dentro da universidade.

Recentemente aconteceu uma ampla restauração com recursos da Petrobras no prédio da Escola, intitulado de Leopoldo Migues. O salão onde acontecem as apresentações de teatro e a fachada principal foram reformados. Mas, somente essas duas estruturas receberam tratamento especial. Os corredores do resto do prédio possuem infiltração e os professores sequer possuem banheiros próprios. Existem, por exemplo, em toda a escola, apenas 27 pianos, a maioria com teclas quebradas e sem revestimento. Faltam instrumentos e uma reforma nos equipamentos existentes.

Átila Oliveira Camargo, bacharelado em piano e aluno da instituição, afirmou que o problema vem de décadas e que a atual diretoria está disposta solucionar os problemas ao lado da comunidade acadêmica. “Até o momento,  não temos nada contra a atual direção da escola, que demonstra interesse em solucionar os problemas. A princípio, a escola está unida em uma mesma causa, que é condições dignas de estudo e trabalho para todos”, explicou.

UM CENTRO ACADÊMICO (CA) PARA ACOMPANHAR OS PROBLEMAS

Daniel Iliescu, presidente da UNE, foi convidado pelos estudantes da Escola de Música para ver de perto os problemas e também ajudar em uma importante tarefa: a criação de um CA para acompanhar de perto todos os procedimentos da direção em relação aos problemas apresentados.

“Acabamos de realizar em Recife um grande encontro com mais de 3.500 CAs. É muito importante que um curso de importância especial como é o de música crie também o seu Centro Acadêmico, para ao lado da UNE lutar por melhorias na infraestrutura, qualidade e democracia nas aulas de música da UFRJ”, analisou Iliescu.

Já existe uma comissão de organização para a formação do Centro Acadêmico. Os alunos envolvidos se reúnem semanalmente para decidir as diretrizes e concretizar o novo espaço estudantil.

Da Redação-UNE

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