Escola de música passa por problemas graves de sucateamento
Já
não é fácil ser aprovado em um curso superior de música. Na maioria dos
casos, o candidato precisa passar pelos exames tradicionais do
vestibular e também pela prova de habilidades específicas – consideradas
‘filtros’ da seleção. Imagine passar por tudo isso, ser aprovado, mas
não conseguir dar sequência aos estudos devido a problemas graves dentro
da própria instituição.
É o que vem acontecendo com os alunos da Escola de Música da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Basicamente, existem hoje
dois pilares que contribuem para o sucateamento da educação: a falta de
estrutura, como problemas de conservação de instrumentos e ausência de
equipamentos específicos; e a deficiência na qualidade de ensino, o que
prejudica diretamente o próprio estabelecimento da democracia dentro da
universidade.
Recentemente aconteceu uma ampla restauração com recursos da
Petrobras no prédio da Escola, intitulado de Leopoldo Migues. O salão
onde acontecem as apresentações de teatro e a fachada principal foram
reformados. Mas, somente essas duas estruturas receberam tratamento
especial. Os corredores do resto do prédio possuem infiltração e os
professores sequer possuem banheiros próprios. Existem, por exemplo, em
toda a escola, apenas 27 pianos, a maioria com teclas quebradas e sem
revestimento. Faltam instrumentos e uma reforma nos equipamentos
existentes.
Átila Oliveira Camargo, bacharelado em piano e aluno da instituição,
afirmou que o problema vem de décadas e que a atual diretoria está
disposta solucionar os problemas ao lado da comunidade acadêmica. “Até o
momento, não temos nada contra a atual direção da escola, que
demonstra interesse em solucionar os problemas. A princípio, a escola
está unida em uma mesma causa, que é condições dignas de estudo e
trabalho para todos”, explicou.
UM CENTRO ACADÊMICO (CA) PARA ACOMPANHAR OS PROBLEMAS
Daniel Iliescu, presidente da UNE, foi convidado pelos estudantes da
Escola de Música para ver de perto os problemas e também ajudar em uma
importante tarefa: a criação de um CA para acompanhar de perto todos os
procedimentos da direção em relação aos problemas apresentados.
“Acabamos de realizar em Recife um grande encontro com mais de 3.500
CAs. É muito importante que um curso de importância especial como é o de
música crie também o seu Centro Acadêmico, para ao lado da UNE lutar
por melhorias na infraestrutura, qualidade e democracia nas aulas de
música da UFRJ”, analisou Iliescu.
Já existe uma comissão de organização para a formação do Centro
Acadêmico. Os alunos envolvidos se reúnem semanalmente para decidir as
diretrizes e concretizar o novo espaço estudantil.
Da Redação-UNE
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